Cristãos

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segunda-feira, 21 de março de 2011

A mulher na sociedade.

Proclamada a República no Brasil, muitos esperavam novos hábitos, novos costumes, novos procedimentos; enfim, nova mentalidade. Em certo sentido foi o que aconteceu; mas em outro sentido, não. A chamada República velha manteve na sociedade brasileira, de algum modo até acrescido, um ambiente aristocrático e nobre, muito influenciado pela cultura francesa.
Na vida de família, apesar de defeitos notórios, prezava-se uma formação moral autêntica, influenciada por uma elite católica de escol. Em especial, tinha-se cuidado com a formação e preservação das filhas, adorno indispensável das famílias dignas deste nome.
Como tratamos em artigo anterior, esta elite vinha sendo impulsionada por pessoas do porte de um D. Antonio Joaquim de Melo, fiel seguidor das orientações do Papa Pio IX; de um D. Vital, bispo de Olinda; ou de uma Madre Teodora de Voiron, semeadora de grande obra apostólica. Muitas outras figuras de destaque faziam parte desse rol admirável de católicos autênticos e zelosos.

“A mulher forte, viril, isenta do feminismo moderno”
O dia 13 de dezembro de 1916 foi especialmente festivo. Era a data da formatura de uma turma de moças do Colégio Nossa Senhora do Patrocínio em Itu, cidade do interior paulista. Comoveu o público presente o discurso de uma das privilegiadas formandas, que depois dos habituais cumprimentos às autoridades, aos pais e ao público em geral, narrou um episódio da Roma antiga, do qual tirou uma nobre lição. Transcrevemos alguns trechos desse discurso:
“Ao redor de Roma, um sábio arqueólogo ouve ansioso os golpes da picareta. De súbito, no meio da terra úmida encontra uma pedra tumular. O túmulo é de uma senhora. De quem seria? De Clélia, Túlia, Vetúria, Cornélia, célebres mulheres da Roma antiga, cada uma tendo se destacando por uma atitude que deixou marcas na História?
O sábio procura, procura sempre alguma inscrição. A noite já se projetava em largas sombras, quando consegue decifrar este epitáfio: ‘Ela fiou a lã e velou sobre a casa’.
Resumo de uma vida toda. Que geração de heróis saiu, talvez, dessa obscura matrona, cujo nome a posteridade devia ignorar? Ó mulher, dize-nos o segredo de tua existência! Ensina-nos onde se acha a sabedoria: a quem devemos dar razão? À antiga matrona fiando em sua casa, ou à Eva moderna, ávida de ostentação, de glória, de emancipação, de direitos iguais aos do homem?
A primeira impressão foi de um sentimento de revolta contra a obscuridade a que fora condenada aquela existência. Fiou a lã e velou sobre a casa. Aparenta-se não haver nisto nem muito mérito, nem muita virtude.
Reflexões mais profundas revelam coisa diversa. Esta mulher cumpriu verdadeiramente o seu destino, legando à posteridade o exemplo da mais alta sabedoria. O lar é o lugar que mais convém à mulher. Não é ela a alma da família, o centro ao redor do qual gravitam todas as afeições? Esposo e filhos querem vê-la ali no meio deles, a toda hora, como um farol luminoso, com uma misericordiosa providência, para indicar-lhes o dever, ensinar-lhes a virtude, consolá-los nas tristezas, compartilhar as alegrias. Sim, mais que da matrona pagã, o lar é o lugar da cristã. Este foi o lugar de Maria. E Maria, Mãe de Deus, não é a mais augusta, a mais gloriosa, a mais santa de todas as mulheres?
Pais, vossas filhas serão no porvir a vossa glória, o vosso conforto, compendiando em toda a sua vida as imortais palavras descobertas pelo arqueólogo, resumindo essas virtudes que farão a mulher forte, viril, isenta do feminismo moderno, fiel, dedicada até o heroísmo no cumprimento do dever. Nossas educadoras nos fazem cotidianamente haurir, na fonte da ciência literário-artística, a verdadeira e sólida educação cristã. Ufano-me em dizê-lo, é um laboratório aquecido ao lume da fé robusta, onde se formaram nossas diletas mães e essas legiões de senhoras que na família, na sociedade cristã, brilham quais jóias preciosas, preparadas com o mesmo carinho e esmero com que nos preparam hoje para tesouro do futuro”.

Feminismo: o que se promete, mas não se dá.



Outros tempos, outros costumes, outra vida. A doutrina católica tradicional estava na dianteira da formação dessa mentalidade. Nenhuma instituição dignificou mais a mulher do que a Igreja. A situação do sexo feminino no mundo antigo era inteiramente diversa da atitude que se passou a tomar em relação à mulher na civilização cristã: No paganismo, ela era quase uma escrava; a santa Igreja esculpiu na prática o que Deus Nosso Senhor traçou como modelo da mulher ideal.
Inúmeras são as mulheres que a Igreja apresenta como exemplos ao longo da História, formadas segundo seus veneráveis princípios: Santa Helena, Santa Clotilde, Santa Isabel da Hungria, Isabel a Católica, Branca de Castela, Santa Teresa de Ávila, mais recentemente Santa Teresinha, e quantas outras.
Que reações provocará este artigo em mentalidades imbuídas do ambiente mundano, tão condenado pelo Apóstolo das Gentes? Fúrias, indignações, ironias? Cansamo-nos de ouvir expressões como estas: “Isto é machismo”; “a mulher tem que desfrutar sua independência”; “não sirvo para ser doméstica”, e quantas coisas mais...
Como se costuma dizer, o demônio não dá o que promete. Quantas lamentações ouvem-se hoje em dia de mães que, além de cumprir todas as tarefas do lar, têm que executar algum trabalho profissional que decidiram assumir, ou a isso viram-se obrigadas! Quantos lares desfeitos! Como diz um provérbio: “Expulsai o que é natural, e ele voltará a galope”.
Se é certo, como dizem numerosas profecias particulares, que este mundo não se libertará de sua situação anticristã e neopagã, a não ser por meio de uma intervenção especial da Providência Divina, peçamos essa pronta interferência para que seja restaurado o papel fundamental, e quão grandioso, da mulher na sociedade, a exemplo da Santíssima Virgem, Mãe de todas as mães.

Luiz Gonzaga – Março de 2011.

 

quinta-feira, 10 de março de 2011

ULTIMAS NOTÍCIAS CRISTÃS

Índia: nova onda de violência anticristã em Orissa

ROMA, quinta-feira, 10 de março de 2011. O Estado indiano de Orissa é, mais uma vez, cenário de violência anticristã.
Após os acontecimentos dramáticos de 2007 e 2008, a comunidade local volta a viver com medo.
Algumas fontes locais referiram à agência vaticana Fides que, desde dezembro, as comunidades cristãs do distrito de Malkangiri têm sofrido ataques repetidos.
Nos últimos 30 dias, em particular, intensificaram-se os ataques, registrando mais de 10 episódios, durante os quais vários dos fiéis ficaram feridos, incluindo principalmente crianças e mulheres grávidas.
O pastor Vijay Purusu, da Igreja Evangélica Betel Church, disse que os cristãos têm sido atacados e espancados durante a noite. Pelo menos quatro famílias, aterrorizadas, abandonaram suas casas.
Nos ataques de 2007-2008, em Orissa, Estado da região centro-oriental da Índia, foram destruídas mais de 6.600 casas de cristãos. Os desalojados foram mais de 56 mil.
A violência recente é obra do mesmo grupo de então, o movimento de militantes fundamentalistas hindus Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), que passou impune pela devastação de três anos atrás.
As denúncias que os cristãos fizeram à polícia nas últimas semanas não foram respondidas e não houve qualquer ação oficial para parar os ataques.
"Os ataques foram motivados pelo fato de que os hindus continuam desprezando e invejando o excelente trabalho realizado pelos cristãos no âmbito social, da saúde e assistencial", afirmaram as fontes à agência Fides.
Neste contexto, o All India Christian Council (AI CC) enviou um memorando ao ministro do Interior da União da Índia, P.Chidambaram, e ao primeiro-ministro do Estado de Orissa, Naveen Patnaik, pedindo-lhes para instituir uma National Investigation Agency, que demonstre a culpabilidade da rede extremista hindu Sang Parivar nos ataques de 2008.
A violência, no entanto, não se limita apenas ao Estado de Orissa.
Em 11 de fevereiro, em Jaipur, no Rajastão (noroeste da Índia), um pastor cristão foi tomado como o alvo de uns jovens extremistas hindus, que o insultaram, despiram e espancaram, forçado-o a viajar mais de 5 km nu pela principal rua da cidade.
Apesar da denúncia à polícia, até agora nenhum dos acusados ​​foi preso.

Egito: clima tenso na convivência entre cristãos e muçulmanos

O tabu das uniões mistas incendeia os protestos contra os coptas

ROMA, quinta-feira, 10 de março de 2011. A convivência entre a maioria muçulmana e a numerosa minoria copta continua sendo precária no Egito. De fato, basta pouco para acender o pavio e fazer estourar graves violências.
Um exemplo disso foi o assalto de uma multidão de 4 mil muçulmanos, na noite de 4 para 5 de março, à comunidade copta (quase 12 mil pessoas), na aldeia do Sol, nas proximidades de Atfih, na margem direita do Nilo, ao sul da capital, Cairo.

Como informaram no sábado as agências AsiaNews e AINA (Assyrian International News Agency), o balanço do ataque é grave: ao menos dois mortos, quatro desaparecidos (um sacerdote – padre Yosha – e três diáconos) e a igreja local incendiada.

Enquanto algumas fontes sustentam que os quatro desaparecidos teriam morrido no incêndio à igreja, outros dizem que teriam sido tomados como reféns dos muçulmanos. Segundo o ativista Ramy Kamel, da organização Katibatibia, que se colocou em contato com a emissora copta Hope Sat (com sede nos EUA), nenhum dos quatro responde às ligações aos telefones celulares.

O que desencadeou o episódio foi uma relação afetiva entre um homem cristão de 40 anos, Ashraf Iskander, e uma mulher muçulmana. Segundo os familiares da mulher, a relação lançava “desonra” sobre a família, e, portanto ela e o homem deviam ser mortos. Mas ao término de uma reunião de reconciliação entre as duas famílias, o pai tinha perdoado a filha, uma decisão que levou um primo da mulher a matar seu tio. Por vingança, um irmão da mulher matou depois o primo.

A comunidade muçulmana lançou a culpa desse derramamento de sangue nos cristãos e invadiu o povoado, voltando-se em particular contra a igreja de São Menas e São Jorge. Gritando “Allahu akbar” (Deus é grande), a multidão quis explodir dentro do edifício algumas bombas de gás e destruiu as cruzes e cúpulas. Segundo testemunhas, a multidão impediu a chegada do corpo de bombeiros e barrou a polícia.

O ativista copta Wagih Yacoub referiu que durante o assalto, os agressores invadiram casas de famílias coptas e as intimaram a deixar o povoado. Algumas famílias aterrorizadas – afirma a fonte – encontraram refúgio entre seus próprios vizinhos muçulmanos.

Nos últimos anos, a violência sectária tem imposto uma dura prova à convivência secular entre muçulmanos e coptas no Egito. No dia 6 de janeiro de 2010, na vigília do Natal copta, um ataque na localidade de Nag Hammadi causou a morte de seis cristãos e um agente de segurança muçulmano.

Duríssimo também foi o balanço do atentado suicida perpetrado na igreja dos Santos (Al-Qiddissine), em Alexandria, pouco depois da meia-noite do dia 1º de janeiro, e que deixou quase 30 mortos.

Na aldeia de Shotb, em Assiut (Alto Egito), foi assassinado há menos de duas semanas um sacerdote ortodoxo copta, padre Daoud Boutros, ao que tudo indica, por um extremista islâmico.

Por sua parte, o exército egípcio colocou em marcha recentemente várias investidas contra mosteiros coptas, para destruir os muros e as valas que os monges tinham construído para se defender dos crescentes ataques de bandos, fruto da insegurança geral que domina o país após a “revolução de 25 de janeiro”, que concluiu com a queda do presidente Mubarak.

No dia 24 de fevereiro, foi danificado o mosteiro de São Bishoy, na região de Wadi el-Natroun, noroeste do Cairo. No dia 21 de fevereiro, os militares derrubaram um recinto do mosteiro de São Makarios, em Alexandria. No dia 20, a investida fora contra o mosteiro de São Paulo, no Mar Vermelho.

Apesar das demonstrações de solidariedade entre cristãos e muçulmanos por ocasião da recente revolta contra o regime de Mubarak, os coptas sentem-se cada vez mais marginalizados e cidadãos de segunda classe em seu país.

Segundo um informe governamental, o Egito tem 93 mil mesquitas e apenas 2 mil igrejas. Para os 6-10 milhões de cristãos, obter tais permissões para construir uma nova igreja, realizar trabalhos de manutenção normais ou – como no caso dos mosteiros – erigir um recinto de proteção, torna-se muito difícil.

Outro ponto complicado é a questão dos documentos de identidade, que indicam a pertença religiosa do portador, um detalhe que pode transformar a vida dos convertidos ao cristianismo em um inferno. Conseguir mudar a religião nos documentos oficiais é quase impossível ou exige longas batalhas judiciais. Isso significa que, no caso do homem, não pode sequer se casar se não for com uma muçulmana. Além disso, as mulheres muçulmanas não podem se casar com homens não muçulmanos. Precisamente este tabu estava na origem do último episódio de violência anticristã no Egito.

Nesse domingo, 6 de março, algumas centenas de cristãos se manifestaram diante da sede da televisão e da rádio estatal, no coração do Cairo, para protestar contra o assalto à aldeia do Sol e para pedir proteção adequada para a minoria cristã.

O bispo de Gizeh, Dom Anba Theodosius, definiu os responsáveis pelo ataque como “delinquentes e proscritos” que tentam criar divisão (Deutsche Presse-Agentur). Por sua parte, o chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas – que governa atualmente o país –, Mohamed Hussein Tantawi, prometeu que a igreja queimada será reconstruída antes da Páscoa (Al-Masry Al-Youm, 7 de março).

Luiz Gonzaga – março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

A IGREJA MILITANTE

Olá Amigos.

Após algum tempo, justamente por falta de tempo, volto em 2011, trazendo curiosidades e principalmente informações a respeito da nossa fé cristã.
Estamos em tempos apocalípticos, sendo necessário refletir como está nossa caminhada, tendo em vista que a sociedade de hoje vive num relativismo onde tudo pode, desde que "eu" me sinta bem.
Reflitamos, pois, está em jogo a vida eterna.
Abaixo apresento um texto onde poderemos perceber o quanto a Igreja Católica luta dentro de suas possibilidades para que os Cristãos obram o seus olhos.

A Paz de Jesus e o Amor de Maria estejam com voces.

A Igreja militante contra o aborto e o demônio
Esclarecedora entrevista do Pe. Thomas J. Euteneuer relaciona a prática abortiva com a ação diabólica; e aponta certos livros, filmes, jogos, etc, que podem influenciar as almas, deixando-as vulneráveis ao preternatural. O Pe. Thomas J. Euteneuer é presidente de Human Life International, a primeira e maior organização pró-vida em dimensão internacional. É também exorcista ativo, autorizado a efetuar o antigo rito de exorcismo em várias dioceses dos Estados Unidos. Seu livro O Exorcismo e a Igreja Militante foi publicado em maio de 2010.
O Pe. Euteneuer concedeu esta entrevista ao Sr. Elias Bartel – de Crusade Magazine, órgão oficial da TFP norte-americana —, com autorização para reproduzi-la nas páginas de Catolicismo.
Crusade — É muito interessante e adequado que o presidente de Human Life International seja também exorcista. O Sr. poderia nos dizer como o fato de ser exorcista ajudou-o na luta contra o aborto?
Pe. EuteneuerEu realmente tornei-me exorcista através de meu trabalho contra o aborto. É claro que há uma inteligência demoníaca “inspirando”, pode-se dizer, a poderosa e abrangente promoção do aborto. Ninguém poderia levar avante tal modo de destruição maciça com tão perversa eficiência. Do mesmo modo, dei-me conta do seguinte: quem pratica o aborto abre-se de certo modo para o demoníaco. Com efeito, tenho rezado preces exorcísticas e, conforme o caso, realizado o exorcismo em muitas mulheres afligidas pelo demônio, devido ao contacto direto com o aborto ou com seus promotores. Esse é um dos crescentes modos pelos quais as pessoas se abrem diariamente para o mal, e em nosso trabalho exorcístico constatamos muito essa realidade, infelizmente. Ao confrontar o demônio pelo ministério exorcístico, temos uma percepção de que sua inteligência está “inspirando” a cultura da morte.
Crusade — O Sr. diz que as oportunidades para as pessoas “abrirem-se ao mal” estão crescendo. Há mais possessos hoje do que no passado?
Pe. Euteneuer Não há dúvida de que os casos de autênticas atividades demoníacas nas pessoas estão crescendo, e por isso há também a necessidade crescente de exorcistas experientes. Fui autorizado a realizar exorcismos em várias dioceses do país, e não existem meios e tempo disponíveis para atender o grande número de pedidos. Há muitas razões para isso, mas a principal é que o oculto está sendo considerado “normal” pela sociedade ocidental, e as pessoas não se dão conta do dano que lhes pode advir seguindo tais fascinações. Por exemplo, os livros e filmes sobre Harry Potter talvez não abram a pessoa para a possessão, mas certamente as farão encarar como normal a “magia”, e levarão muitos jovens a interessar-se pelo ocultismo. Considere que a autora J.K. Rowling vendeu por volta de 400 milhões de livros! O mesmo se dá com os filmes e videogames sobre demonismo, que frequentemente ajudam a criar uma obsessão nas pessoas de pouca formação, ou emocionalmente vulneráveis. E contra isso não prevalece a catequese católica, que se acha em deficiente estado, além da falta de alerta sobre o mal. Os cristãos parecem ter se esquecido de que devemos, por causa de nossa fé, rejeitar sempre e categoricamente o demônio e suas obras.

Crusade — Como o Sr. mencionou antes, constata-se o demoníaco entrando na indústria do entretenimento – por exemplo, através de iniciativas como a série sobre Harry Potter, os tabuleiros Ouija e outras – e infelizmente elas são encontradas em redes de lojas de brinquedos como Toys “R” Us. O Sr. não acha isso muito perigoso?
Pe. Euteneuer Nós, católicos em geral, tornamo-nos cegos para a idéia de sermos seduzidos pelo mal, o que sempre sucede por estágios, começando pelas coisas mais inocentes e sadias até chegar à escolha do mal mais explícito. É difícil culpar as crianças pela sua fascinação pelo oculto, quando seus pais compram essas coisas! Os pais pensam: “Bem, finalmente ela está lendo!” – como se não importasse o que a criança lê! Eles se defendem, dizendo que ninguém jamais se tornou possesso lendo um livro ou vendo um filme. Talvez isso seja verdade, mas tenho exatamente trabalhado com muitos que se abriram espiritualmente para o oculto através de livros e filmes. Pelo menos em um caso, trabalhei com um jovem que realmente tornou-se possesso por se viciar em videogames satânicos.
Carece de objetividade essa defesa dos livros, alegando que não se ouviu dizer que alguém tenha ficado possesso como resultado de os ler, pois os pais falham na educação dos filhos ao não formá-los na fé e não ensinar-lhes claramente a diferença entre o bem e o mal. Faltando uma boa formação cristã, deixa-se livre o campo para uma abertura ao ocultismo. Todas as sociedades pagãs nos mostram isso. O cristianismo sempre foi um antídoto para o paganismo na sociedade. A despeito do que o povo diz, as crianças ouvem seus pais; e se eles apóiam uma coisa má, a criança torna-se vulnerável a ela. O uso muito difundido dos tabuleiros de Ouija é assustador. Muito pouca gente vê que seu real perigo é ser demoníaco, uma dinamite espiritual com a qual nenhuma criança deveria brincar.




Crusade — Em suas palestras, o Sr. insiste na idéia da Igreja Militante. Poderia explicar as razões disso?
Pe. EuteneuerForam-se os dias em que a cultura cristã podia manter-nos junto aos sacramentos, auxiliando-nos a reconhecer a diferença entre o bem e o mal, etc. Em nossos dias, o zeitgeist [espírito da época] lança constantemente em nosso caminho novos ventos, aos quais temos que nos opor, e não é suficiente para isso a nossa fé básica, mesmo que ela seja considerada “boa”. Uma apatia em relação a isso transforma-se em morte espiritual, numa cultura agressivamente atraída pelo oculto. Precisamos agora de uma devoção radical e militante à nossa fé, e de habilidade para defender nossas famílias com o zelo de soldados que estão apaixonados por Cristo. Não é mais possível crer nas intenções de nossos professores, líderes políticos, protótipos – e, infelizmente, até de muitos do nosso clero. Necessitamos de uma postura mais batalhadora nesta época de secularismo militante. Necessitamos de mais oração, jejum, sacramentos, formação sólida na fé. Necessitamos de um engajamento para defender-nos e a todos os que são vulneráveis ao mal, que invade a sociedade como um veneno. O termo Igreja Militante nunca foi mais apropriado para designar como devemos ver nosso papel como católicos na sociedade.
Crusade — Última pergunta, não porém a menos importante: há algo que os ativistas pró-vida devam entender melhor ou focalizar melhor, com relação a este problema?
Pe. EuteneuerRessalto este último ponto: apenas uma devoção mais radical à nossa fé nos proporcionará as ferramentas para opor-nos à cultura da morte e a nos tornarmos vitoriosos na batalha pela vida. Nós, sacerdotes, devemos rezar para que os padres e bispos entendam e tomem sobre si um papel mais sério para conduzir a Igreja Militante na batalha. Deus ouvirá e responderá às nossas preces. A Igreja Católica tem recursos espirituais para opor ao ataque do mal disseminado em nossa sociedade, e a Igreja Militante tem que empreender seriamente sua luta pela salvação das almas. Está estabelecida a linha entre os verdadeiros e os falsos católicos, e muitos cristãos sérios estão se dando conta de que a única verdadeira Igreja é a única opção existente para opor-se energicamente aos males de nossa época. É um tempo difícil da História para se viver, mas é um grande tempo para manter-se verdadeiramente católico!
Luiz Gonzaga – Março de 2011