Cristãos

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

POR QUE O VERBO SE FEZ CARNE?

Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós.

Deus se fez homem e veio morar conosco, dignou-se assumir a nossa humanidade para nos resgatar do pecado e da morte. O Infinito se fez finito, o Forte se fez fraco, o Imortal se revestiu de nossa mortalidade. É o maior acontecimento da História da humanidade, mas infelizmente muitos a desconhecem, e outros, pior ainda, a desprezam e zombam dela. A Encarnação do Verbo, Filho de Deus, não significa que Jesus Cristo seja em parte Deus e em parte homem, nem que ele seja uma mistura do divino com o humano. Ele é verdadeiramente homem permanecendo verdadeiro Deus. Ele assumiu a natureza humana sem perder a divindade. São João Crisóstomo, o grande santo doutor da Igreja, mártir patriarca de Constantinopla, rezava:
"Ó Filho Único e Verbo de Deus, sendo imortal, vos dignastes por nossa salvação encarnar-vos da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, vós que sem mudança vos tomastes homem e foste crucificado, ó Cristo Deus, que por vossa morte esmagastes a morte, sois Um da Santíssima Trindade, glorificado com o Pai e o Espírito Santo, salvai-nos!".
A liturgia do Advento diz que “Ele veio uma primeira vez revestido de nossa fragilidade para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes, esperamos”.
O Verbo se fez carne para “tornar-nos participantes da vida divina” (2Pe 1,4).
Santo Irineu disse:
"Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torne filho de Deus".
O Verbo se fez carne para a nossa salvação.
O Credo niceno-constantinopolitano, confessa:
"E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem".
O grande santo e Padre da Igreja, São Gregório de Nissa, do século IV, expressou bem:
“Doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador. Essas razões eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo descer até nossa natureza humana para visita-la, uma vez que a humanidade se encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?”
"Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "O Pai enviou seu Filho como o Salvador do mundo" (1Jo 4,14). "Este apareceu para tirar os pecados" (1Jo 3,5).
A Carta aos Hebreus fala deste mistério profundo; sacrifícios de animais, e mesmo de um simples homem, não poderia salvar a humanidade; então o Verbo se fez homem.
“Por isso, ao entrar no mundo, ele afirmou: Não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram de teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui... para fazer a tua vontade”. (Hb 10,5-7; Sl 40,7-9)”


O Verbo se fez carne para que conhecêssemos o amor de Deus.
"Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por Ele" (1 Jo 4,9). "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida Eterna" (Jo 3,16).
O Verbo se fez carne para ser nosso modelo de santidade.
"Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim..." (Mt 11,29). "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Jo 14,6). E o Pai, no monte da Transfiguração, ordena: "Ouvi-o" (Mc 9,7). Jesus é o modelo e a norma da Nova Lei: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 15,12).
A fé na Encarnação do Filho de Deus é a marca fundamental da fé cristã. São João disse:
“Quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2, 22) “Todo espírito que não proclama Jesus esse não é de Deus, mas é o espírito do Anticristo de cuja vinda tendes ouvido, e já está agora no mundo”. (1 Jo 4,3).
Luiz Gonzaga – Dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

MARTÍRIOS NO IRAQUE E FALSO ECUMENISMO NA FRANÇA



"Banho de ecumenismo" sincretista na França. No Ocidente, esse banho é mais perigoso que o banho de sangue católico que está sendo perpetrado no Oriente.
Quando os seguidores do Alcorão invadiram a igreja católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Bagdá, o jovem Pe. Athir, que dirigia as orações naquele dia de finados, percebeu que a tragédia tinha começado. E disse aos maometanos:
— Matai-me a mim, mas deixai os fiéis em paz.
— Converte-te ao Islã, porque de qualquer forma irás morrer — bradaram os islamitas.
E logo alvejaram a cabeça do sacerdote católico. Junto com ele foram martirizados outro jovem sacerdote, Pe. Wasim Sabih, de 27 anos, e quase 50 fiéis. Entre as vítimas havia oito mulheres e dez crianças. Esses mártires fazem parte da já extensa lista dos mortos pelos maometanos no Iraque. Outros 60 ficaram feridos, alguns gravemente.



Os agressores muçulmanos, quando cercados pela polícia iraquiana, sequestraram os fiéis, tentando utilizar as crianças como escudo humano. Alguns explodiram coletes com os explosivos que levavam. Eram seguidores do Islã, ao que parece ligados à Al-Qaeda, que desejam banir os cristãos do país.
A missa de réquiem foi rezada na igreja de São José, abarrotada de fiéis emocionados pelo heroísmo dos mártires. No sermão, o arcebispo de Bagdá exclamou: "Não temos medo da morte nem das ameaças. Somos filhos deste país e aqui permaneceremos".
Os criminosos ataques não cessaram com este episódio. Alguns dias depois, em 10 de novembro, mais três cristãos foram mortos e 26 saíram feridos numa onda de atentados, que incluiu disparos de morteiro e detonação de bombas caseiras diante das moradias das vítimas.
Bispo denuncia: Alcorão manda matar
O ódio contra o cristianismo, instigado pelo Alcorão, havia sido denunciado poucos dias antes nas mais altas esferas do Vaticano. O bispo de Biblos (Líbano), Mons. Rabula Antoine Beyluni, no sínodo especial para o Oriente Médio presidido por Bento XVI, alertou: "O Alcorão dá aos muçulmanos o direito de julgar os cristãos e matá-los com a Jihad".



D. Beyluni apontou a extrema dificuldade de qualquer "diálogo" com o Islã, posto que o Alcorão manda "impor a religião pela força, com a espada". Queixou-se do ecumenismo pacifista, dizendo: "Nesse 'diálogo', para ganhar simpatias, clérigos adicionam a famosa oração maometana muitas vezes repetida (paz e bênçãos de Deus estejam sobre ele)".
O diário romano "Il Messaggero" afirma que Dom Beyluni abandonou o fair play da Cúria romana e descreveu as coisas como elas são; e mostrou que "há versos contraditórios, e o que é rejeitado em alguns versos é permitido em outros, para que o muçulmano possa usar um ou outro a seu favor".
Na França: ataques e profanações
No mesmo dia de finados, um magote de adolescentes islâmicos invadiu a igreja de Saint-Jacques du Viguier, na histórica cidade de Carcassonne (França). Seguindo o esquema da intifada, apedrejaram o sacerdote e os fiéis, danificaram uma venerada imagem de Nossa Senhora, e logo fugiram. O fato chocou e provocou revolta no país. Percebendo essa cólera do povo, o ministro do Interior da agnóstica República Francesa, Brice Hortefeux, enviou mensagem de solidariedade aos fiéis agredidos, apontando para a necessidade de punições.



A profanação foi vivamente censurada pelos habitantes da região, inclusive na Internet. Mas a maior surpresa foi a atitude do bispo da diocese, Mons. Alain Planet. Em comunicado oficial, ele censurou não os islâmicos, mas sim os fiéis, e minimizou o ato dos profanadores... Defendeu o indefensável: "O desencadeamento do ódio anti-islamita, que se seguiu à ocorrência de Carcassonne, é muito mais ofensivo ao cristianismo e ao próprio Cristo do que a tolice de algumas crianças mal-intencionadas".
Poucos dias depois, na igreja de Saint-Jean (diocese de Avignon), o pároco Pe. Gabriel, em desespero de causa, convocou a imprensa para denunciar que há meses a paróquia é alvo de pichações injuriosas e obscenas, lançamento de excrementos e tentativas de incêndio. Denunciou o esquema de guerra religiosa empregado em Carcassonne: grupelhos de adolescentes agridem o templo e os fiéis, no estilo intifada. Um dos agressores entrou na igreja em plena missa, satisfazendo suas necessidades na entrada do edifício, e bradou: "Vamos assar todos vocês e sua igreja!". O arcebispado recusou-se a denunciar esses atentados à prefeitura e pedir medidas de proteção...
A polícia disse deplorar o silêncio do arcebispado, que está mantendo escandaloso diálogo com os chefes maometanos locais. Para os fiéis esclarecidos, essas provocações não são mais do que a ponta de iceberg de uma ofensiva religiosa.




Heroísmo católico X capitulação vergonhosa
Assim, face à ofensiva islâmica no Iraque e na França, duas atitudes vão se delineando: a do heroísmo até o martírio, adotada pelos sacerdotes Athir e Wasim em Bagdá; e, num sentido diametralmente oposto, a atitude vergonhosa adotada pelos prelados de Carcassonne e Avignon.
Nos locais onde os pastores enfrentam heroicamente a heresia e seus sequazes, historicamente a Igreja saiu vencedora no final. Não se limita essa constatação ao exemplo admirável dos mártires dos primeiros séculos de cristianismo, mas se estende a toda a história da Igreja em vinte séculos. Exemplos de resistência heroica — como o do mártir Santo Eulógio, bispo de Córdoba, de D. Afonso Henriques, rei de Portugal, e de Cid Campeador — reverteram a situação por meio de verdadeira cruzada, como se deu na península ibérica. Pelo contrário, onde prevaleceu a política de concessões e desarmamento moral diante do inimigo, o resultado sempre foi a opressão crescente da Igreja, e até sua extinção em certos países. O mau exemplo de bispos "dialogantes" e "ecumênicos" — como o de Dom Opas durante a invasão moura da península ibérica — é tipicamente o que não traz progressos na conversão dos infiéis e vitória da Igreja.
Luiz Gonzaga – Dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PORQUE NOSSA SENHORA CHORA?

Posições reprováveis de professores da PUC e de órgãos da CNBB
Ainda estão presentes os ecos da última eleição presidencial.
Este texto busca pôr em realce os fatos e atitudes que explicam por que Nossa Senhora tem se revelado em lágrimas em várias de suas aparições. Não é, pois, de sua índole fazer análises aprofundadas dos acontecimentos, nem avaliar seus aspectos políticos. Trata-se simplesmente de constatá-los para que sejam reparados pelos católicos, em toda a medida do possível, por meio de orações e sacrifícios e pelas ações que couberem.
Se o combate eleitoral acirrado permitiu que viessem à tona atitudes de bispos, sacerdotes e leigos católicos dignos de elogio, de outro lado também revelou chagas profundas que se espraiam nos meios católicos brasileiros. Citemos apenas duas dessas chagas:
  • Um grupo de professores na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) apóia efusivamente a descriminalização do aborto. Eles chegaram a reunir-se em 27 de setembro último, numa sessão solene da APROPUC (Associação dos Professores da PUC), para lançar um livro que defende a liberação do aborto. Como figura-chave dessa manifestação, Maria José Rosado, professora de Ciências da Religião e líder da mal nomeada associação Católicas pelo Direito de Decidir. É uma das mais conhecidas propugnadoras no Brasil da despenalização dessa prática criminosa, reiteradamente condenada pela Igreja. Pode Nossa Senhora demonstrar alegria, se numa Universidade Católica lecionam tais professores sem que as autoridades religiosas competentes tomem as medidas necessárias para extirpar esse mal?
  • O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), aprovado por decreto do Presidente Lula da Silva, contém as mais deploráveis e ameaçadoras propostas para a sociedade brasileira: aborto, "casamento" homossexual e adoção de filhos por eles, atentado ao direito de propriedade, investida contra liberdades individuais, inclusive o gérmen de uma perseguição religiosa. Não espanta, pois, que entidades pró-aborto, juntamente com o famigerado Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e grupos declaradamente homossexuais, se tenham unido para lançar uma Campanha pela Integralidade e Implementação do PNDH-3. Mas é sumamente lamentável, e causou estupefação, que tenham aderido a essa campanha três órgãos ligados à CNBB: Comissão Justiça e Paz, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Batalham ombro a ombro com aquelas associações de lésbicas, abortistas, invasores da propriedade etc, com o fim de implementar tão nefando programa. Até o momento em que escrevemos, não chegou ao nosso conhecimento nenhuma providência da direção central da CNBB, apesar de estar sendo alertada para esse escândalo por grande número de fiéis.
Como pode Nossa Senhora não chorar? Como surpreender-se, quando os terríveis acontecimentos por Ela previstos em Fátima começarem a desencadear-se?
Luiz Gonzaga – Dezembro de 2010.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O Purgatório Existe?

Os católicos acreditam na existência do purgatório, mas a Bíblia não fala dele. É verdade que na Sagrada Escritura não se encontra a palavra “purgatório”, como também não achamos nela as palavras “sacramento da confissão”, “Eucaristia” e “Crisma”. No entanto, a Bíblia descreve situações, estados ou lugares que se identificam com a ideia de purgatório.
Em II Macabeus 12,43-46 lemos: “Judas, tendo feito uma coleta, mandou duas mil dracmas e prata a Jerusalém, para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição… Santo e salutar pensamento de orar pelos mortos. Eis porque ele ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres de seus pecados”. Ora, ser livre de seus pecados, depois da morte, pelo sacrifício expiatório, indica claramente a existência do purgatório.
Alguns biblistas percebem a confirmação do purgatório nas palavras de Jesus em Mateus 5,25-26: “Põe-te depressa de acordo com o teu adversário, enquanto estás ainda em caminho (da vida) com ele; a fim de que teu adversário não te entregue ao juiz, e o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares até o último centavo”. É claro que Jesus fala do justo juízo divino, depois da morte. Ora, sair dessa prisão depois da morte, depois de ter pago o último centavo (seja pelo sofrimento, seja pelas orações e expiações dos vivos) pode acontecer só no purgatório.
Outra alusão à existência do purgatório encontramos em I Coríntios 3,12-15: “[…] Aquele, cuja obra (de ouro, prata, pedras preciosas) sobre o alicerce resistir, esse receberá a sua paga, aquele, pelo contrário, cuja obra, (de madeira, feno, ou palha ), for queimada, esse há de sofrer o prejuízo; ele próprio, porém, poderá salvar-se, mas como que através do fogo.” Também aqui a Tradição Apostólica entendia fogo do purgatório.
Entre testemunhas cristãs dos primeiros séculos, escreve Tertuliano: “A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágios todos os dias aniversários de sua morte” (De Monogamia, 10).
Padre Anderson Marçal
Luiz Gonzaga - Dezembro 2010