Tatuagem
desabilita o homem para a visão de Deus
A
tatuagem afronta a virtude da sabedoria. — Por quê?
Tal
como é praticada por muitos em nossos dias, a tatuagem carrega consigo uma
afirmação de liberação pessoal de toda regra, de toda compostura, de toda
limpeza (de alma e de corpo), de toda beleza, de toda ordem, de toda lei. É uma
insurgência contra toda autoridade e, portanto, contra a autoridade do próprio
Deus. Mas quem se insurge contra Deus, acaba servindo a outro senhor. Posto que
Deus é o Senhor da Luz, esse outro senhor é o Senhor das trevas.
E aqui
chegamos ao fundo do problema: quem pratica uma tatuagem, ainda que de início
não o perceba claramente, acaba servindo a esse outro senhor. E na medida em
que se compraz, mais ou menos conscientemente, com esse procedimento, vai
ficando com a alma cada vez mais presa ao poder das trevas. E, no fim do
processo, acaba por trocar Deus pelo demônio! É o que muitos dos desenhos
escolhidos para tatuagem deixam ver claramente.
Assim,
enquanto a virtude da sabedoria busca a Deus como objeto supremo de sua
contemplação, o uso das tatuagens é de molde a desabilitar o homem para a
contemplação de Deus. O resultado último de quem faz uma tatuagem é manifestar,
ainda que não conscientemente, sua conformidade com o Senhor das trevas!
—
Ficou claro?
Como explicar isso às crianças
Supondo
que a explicação acima esteja compreensível, resta saber como explicar isso
para mentalidades infantis. Como se sabe, a vidente Lúcia de Fátima foi levada
por sua mãe à presença do Vigário, com a intenção que ela desmentisse diante da
autoridade paroquial as visões de Nossa Senhora que dizia estar tendo. Tudo
inútil. Mas no fim da entrevista, o Vigário aventou a hipótese de que fossem
artes do demônio. Esta hipótese produziu um efeito devastador que as
considerações anteriores não tinham conseguido. Lúcia tomou a decisão de não
voltar mais à Cova da Iria, onde se realizavam as aparições. Tal resolução, por
sua vez, provocou um desconserto nos dois outros videntes, Jacinta e Francisco.
Com seu bom senso infantil, Jacinta ponderou: “Não é o demônio, não! Dizem
que o demônio é feio, e aquela Senhora é tão bonita!” — Este argumento
certamente produziu um efeito exorcístico na alma de Lúcia, pois no dia da
aparição seguinte, retratando-se de sua resolução anterior, passou pela casa
dos primos para levá-los ao encontro com Nossa Senhora.
O
demônio é feio, como feias são, em grande parte dos casos, as tatuagens. Talvez
a dedicada catequista que nos consulta possa dizer às suas crianças: “Fazer
tatuagem é uma coisa feia. Deus não gosta de feiúra. Feiúra é coisa do demônio,
que quer levar as almas para o inferno!”.
As
mães, que levam seus filhos e filhas para passear, têm um dom todo especial de
explicar as verdades mais complexas em termos simples para suas crianças.
Fazem-no com uma rapidez, eficácia e simplicidade que tive mais de uma vez
ocasião de admirar. E assim vão instruindo-as nas verdades mais complexas da
vida. Expus à consulente, em termos eruditos, mais próprios a adultos, o fundo
da questão das tatuagens. Que as mães usem o dom que Deus lhes concedeu para
traduzir esses ensinamentos em linguagem apropriada ao nível de desenvolvimento
mental de seus filhos. Os “cultos e estudiosos clérigos” aprenderão com elas...
Resposta
de Monsenhor José Luiz Villac a uma catequista, querendo saber de maneira
catequética, para que, quando abordada sobre o assunto pelas crianças da
catequese, possa responder de maneira
clara e com base na religião, e não no emaranhado de palavras que dá uma volta
que ainda não responde com a clareza que a pergunta pede.
Luiz
Gonzaga – Maio de 2012
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